quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Cinzas

O silencio exalta a voz de palavras mudas,
letras escrevem destinos em folhas sem linhas,
a tinta borra o trajeto e nada apaga as escrituras,
e quando tudo morre no caminho só restam cinzas,

Sentimentos são abstratos mas tatos são sentidos,
ver e não ouvir, ouvir sem sentir, nada fará sentido,
a intenção nunca foi cumprir um ciclo incompleto,
na lama, todos se cruzam em uma poça de desespero,

Esse amor que salva é o mesmo que mata,
a mão que resgata também larga no meio do nada,
a dor é a desgraça que desampara só pra dar mais garra,
só quem já perdeu sabe como satisfaz quando se ganha,

E o que foi e não volta mais, adeus e até um dia,
se puder leva contigo todas magoas sem deixar cinzas,
a vida é curta de mais pra se viver com rancor,
o que nos dão e que nos fazem só há que tirar disso o melhor...

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Rancor

Você foi mas a raiva ficou, nunca fomos mais próximos do que agora,
és meu grande amor de trás pra frente, de cima pra baixo, da direita pra esquerda,
ressentimento é tudo que sobrou, tudo ao contrário, o sentimento em mutação,
existe desde caim na era de Adão, cresce como capim no chão,
não me importa saber que rancor seja um sentimento inferior,
só eu conheço o pavor da dor, só eu vivi cada segundo do horror,
não me importa saber porquê Gods forgive mas eu não,
me lembro sempre de você mesmo querendo esquecer,
estamos ligados pela mágoa, pelo ódio, pela insanidade do desamor,
podia te fazer um favor, te perdoar e quem sabe esquecer,
mas eu me agarro a essa raiva, a esse ódio que tenho de você,
pra quando nos cruzarmos na rua eu ter coragem de dizer... Vai se fuder...